Mensagem à Diocese do nosso Bispo
Mensagem à Diocese
Um mês depois
Um mês depois
Na mensagem dirigida à Diocese no mês de
Outubro, a minha primeira palavra voltava-se para Deus pedindo-Lhe
bênção e ajuda para o Senhor D. António Marcelino. Um mês depois
dirijo-me ao Senhor D. António Marcelino para que agora, junto de Deus,
seja ele nossa bênção.
Quero agradecer a todos quantos cuidaram
com desvelo do Senhor D. António Marcelino, durante a doença, e o
acompanharam com dedicação, desde a família, aos sacerdotes e diáconos,
aos médicos e enfermeiros, aos capelães e funcionários hospitalares.
Expresso igual gratidão a todos quantos no momento da sua morte
testemunharam, de formas tão próximas e atentas, presença de dedicação e
de oração.
Todos esses gestos, que o coração de
Deus guarda e recompensa, significam uma justa e merecida homenagem ao
Senhor D. António Marcelino e testemunham uma sentida e sincera comunhão
com a Igreja de Aveiro.
No próximo dia 9, precisamente um mês
após a sua morte, vamos recordá-lo na evocação que o ISCRA (Instituto
Superior de Ciências Religiosas de Aveiro) vai fazer e na reflexão sobre
o pensamento social da Igreja no magistério do Senhor D. António
Marcelino que a Comissão Diocesana Justiça e Paz vai promover.
Concluiremos esse dia de evocação e de homenagem com a Eucaristia
celebrada na Sé de Aveiro, às 19 horas.
Caminhada das bem-aventuranças
De 10 de Novembro a 25 de Dezembro,
vamos viver, em união de toda a Diocese, a caminhada das
bem-aventuranças. A proposta desta Caminhada pretende envolver cada um
dos cristãos da Diocese: famílias, paróquias, serviços e movimentos
diocesanos, bem como todas as comunidades religiosas aqui presentes.
As bem-aventuranças são mensagem central
da boa nova de Jesus e escola onde o mundo deve aprender a ser mais
justo, mais fraterno e mais feliz. Cada um de nós é importante para
viver comprometido e empenhado na realização de gestos de misericórdia,
mansidão, paz, fraternidade, escuta…porque este é o caminho da
verdadeira felicidade. Neste caminho nunca vamos sozinhos…nunca estamos
sós. Caminhamos como Povo de Deus e somos Igreja de Cristo. “Na barca da Igreja, eu sou…”.
O arco do tempo que envolve esta etapa da Missão Jubilar abre-nos à dinâmica do Advento; centra-nos na celebração do Dia da Missão e do Dia da Memória e orienta-nos
para a alegria do Natal de Jesus. Daqui se vai projectar, continuar e
ampliar no tempo o horizonte da vida e o dinamismo da acção pastoral da
nossa Diocese a partir da Missão.
Ao fazermos de “redes e peixes” os
símbolos desta Caminhada pastoral sabemo-nos chamados e sentimo-nos
permanentemente enviados em missão com ousadia profética e novidade
evangélica. “Faz-te ao largo; e vós lançai as redes para a pesca” ( Lc, 5, 4).
Felizes os chamados
Como primeiro momento da Caminhada das
bem-aventuranças temos, de 10 a 17 deste mês, a Semana de promoção
vocacional. Situa-se esta semana na semana dos Seminários. Aberta a
todas as vocações e abrangente no seu espírito e programa, a Semana
Vocacional volta-nos, de forma explícita e directa, para a vocação
presbiteral.
Deus continua a interpelar muitos
jovens. O desafio à radicalidade da vida e a vocação à missão caminham a
par. Importa semear no coração humano a questão: “O que Deus quer de mim?”
Esta questão é uma interpelação
incontornável. Mais do que uma pergunta que sou convidado a fazer, é o
início de um processo com sentido e de um projecto de resposta que sou
chamado a dar.
Esta é a hora do chamamento, a hora da
vocação. Esta é a hora para escutar, para responder, para caminhar. Para
muitos esta é a hora de descobrir a vontade de Deus e de iniciar um
caminho! Para outros esta é a hora de prosseguir com acrescida alegria o
caminho já iniciado!
Na génese do chamamento e no centro da
vocação está sempre Jesus. Só em Jesus encontraremos a força da
generosidade e o segredo da fidelidade: “Senhor, quero o que Tu queres, mesmo sem saber se posso, mesmo sem saber que quero”.
Jesus chama pelo nome. Um nome dito no
silêncio. Escutado e entendido por entre outras vozes. Ouvido com a
surpresa inicial dos profetas e seguido com a confiança espontânea dos
apóstolos, que “deixaram as redes e seguiram Jesus”.
Esta Semana Vocacional destina-se a cada
um de nós. A vocação não é uma questão alheia. Não se trata de uma
causa neutra. Não é uma realidade ausente. A vocação traz a marca da
identidade de cada um de nós.
Que seja uma semana de oração
intensificada, de silêncio valorizado, de atenção redobrada, de
generosidade efectiva e de coragem assumida para ouvir a voz de Jesus e
seguir os Seus caminhos!
Peço aos sacerdotes, nesta semana e a
partir daí, um aumentado entusiasmo no testemunho da vocação e na
generosidade do ministério. Dos consagrados (as) espero a certeza da
oração e o exemplo da alegria de vidas dadas a Deus para o serviço da
Igreja e para o bem do Mundo. Convido os seminaristas e todos os
chamados a caminharem alavancados na força da fé e ancorados em Deus que
«chama porque ama». Nas famílias e nos jovens esperamos
encontrar sempre a abertura de coração aos horizontes imensos da missão a
que Deus os chama.
Confio à Igreja de Aveiro um permanente
louvor ao Senhor pelo testemunho dos chamados e uma constante oração de
súplica para que Deus continue a enviar trabalhadores para a sua Messe.
Ordenação de Presbíteros
Temos inscrito, desde início, no frontispício das nossas Igrejas o lema da nossa Missão Jubilar: “Vive esta hora!”.
Este lema entrou no nosso
coração e afirma-se na verdade e na alegria do nosso viver como Igreja
diocesana. Vamos viver esta hora, com particular e desde há muito
esperada alegria, no próximo dia 17, às 16 horas, na Sé de Aveiro.
Vamos, desde já, envolver de oração, de afecto e de esperança os
diáconos Leonel Abrantes, Nuno Queirós e Vítor Cardoso, que vão ser
ordenados presbíteros.
Eles são chamados por Deus para
permanecer com Jesus e unidos a Ele. Com eles, somos todos convidados a
regressar à fonte do nosso chamamento e daí partir e repartir, com
renovado encanto, para a missão. É a «vida em Cristo», graça e sinal indelével do sacramento da Ordem, que garante a eficácia apostólica e a fecundidade da missão.
Ungidos e enviados em hora de Missão
Jubilar, os novos sacerdotes sabem que há tanta gente à espera…à espera
do Evangelho! Há tanta gente à procura…à procura de Deus!
Convido toda a Diocese a estar, a partir
de agora, com estes ordinandos na comunhão do afecto e na certeza da
oração; a acompanhá-los na celebração da ordenação; a incentivá-los na
coragem e na fidelidade.
“Vive esta hora”, Igreja de Aveiro, como hora de Deus, hora feliz para todos nós, hora de bem-aventurança para o Mundo!
Aveiro, 4 de Novembro de 2013
António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro
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